Jejum intermitente emagrece mais?

Muitos acreditam que a estratégia do jejum intermitente é superior a uma dieta tradicional, em relação à emagrecimento... Para respondermos essa questão, é importante primeiro entendermos no que consiste essa estratégia!
O jejum intermitente nada mais é do que uma ferramenta que pode ou não ser aplicada em uma dieta, ou seja, o jejum intermitente, por si só, não é uma dieta, e sim apenas uma das várias estratégias que existe na nutrição.
Todavia, essa estratégia não é recomendada para todos, há pessoas que podem acabar tendo uma adesão muito prejudicada a esse tipo de estratégia (gerando, talvez, um descontrole alimentar nos períodos em que não está em jejum), e há indivíduos que, por questões de saúde, também não deveriam fazer o jejum intermitente (diabéticos insulinodependentes, pessoas com gastrite e pessoas com refluxo).
Vale ressaltar, também, que há diversos tipos de jejuns, como o religioso, e não apenas aquele clássico “jejum de 12 horas”... Entre os tipos de jejuns, destaca-se: Jejum Ramadã, Jejum Religioso (por motivos diversos), Jejum Com Restrição Temporal (é o mais comum, consiste em ficar um tempo sem comer e outros comendo, o mais clássico é 16h sem comer e 8h comendo) e o Jejum Completo em Dias Alternados (1 dia em jejum total e outro com alimentação à vontade; há alguns estudos mostrando que muitos indivíduos não conseguiam compensar caloricamente esse dia de jejum o que, em tese, seria interessante) e o Regime de Jejuns Modificados (1 dia comendo livre e outro comendo apenas de 20% a 25% do GET).
Em teoria, os benefícios da prática do jejum intermitente seriam aumento dos níveis de GH (podendo, então, ter um efeito positivo na massa muscular e na perda de gordura), melhora da sensibilidade à insulina e aumento de longevidade. Todavia, esse aumento de GH no jejum não é relevante clinicamente e, portanto, não causa aumento de massa muscular.
Quanto ao aumento da longevidade, também é algo que não depende do jejum intermitente em si, e sim da alimentação como um todo do indivíduo. Lembre-se que qualquer restrição calórica também aumenta o processo de autofagia celular, então não é necessariamente o jejum que aumenta a renovação das células e, em tese, aumenta longevidade...
Por fim, quanto ao possível benefício da melhora da sensibilidade à insulina, é importante entendermos que isso também depende da dieta como um todo, além da prática de exercícios físicos e genética! Se a dieta for bem elaborada e fornecer um déficit de calorias, o indivíduo já terá melhora da sensibilidade à insulina, mesmo realizando refeições em horários tradicionais.
Logo, pensando em tudo isso, não podemos falar que o jejum intermitente é superior para emagrecimento quando comparado a uma estratégia alimentar tradicional, pois o emagrecimento depende da presença de um balanço energético negativo, e não do tempo que demorou para o indivíduo se alimentar...